Monstera Deliciosa | Curadoria Leo Felipe, Galeria Ecarta, Porto Alegre
Monstera Deliciosa | Curated by Leo Felipe, Galeria Ecarta, Porto Alegre
Performance de Carina Sehn | Montagem de Alexandre Moreira
Performance by Carina Sehn | Exhibition installation by Alexandre Moreira
A experiência ambiental de Manuela Eichner
por Leo Felipe
Enquanto a mulher na capa da revista ainda insistia que os zóio da kara não mentem, ignorando completamente as imposições da psicologia das formas, uma falsa mata de plantas e papelão brotou dentro da galeria de arte, resultado da colagem tridimensional que Manuela Eichner construiu em seu ateliê temporário de dez dias (o Parque da Redenção ali na frente forneceu galhos e folhas). As imagens que vinham sendo criadas na superfície do papel pela artista invadiram o espaço, desdobrando-se em múltiplos planos, e à medida que o visitante se desloca ao redor da falsamata percebe uma qualidade escultural justaposta ao pictórico. Ampliadas e arranjadas com o verde vivo no interior da galeria, as imagens recortadas das revistas conversam com aquela vanguarda da arte brasileira que nunca escondeu seu fascínio pela indústria cultural. O universo dos magazines foi expandido para a realidade e a galeria submetida a um rigoroso projeto gráfico. Suas paredes podem ser folheadas como as páginas de uma revista. Além do papel, natureza transmutada, uma popular planta de decoração de interiores forneceu substratos materiais (e conceituais) para a experiência ambiental de Manuela.
A Monstera Deliciosa é a cota de verde autorizada aos habitantes da urbe, imersos no artificialismo do concreto. Natureza tornada cultura. Escultura sem volume. Pintura viva. Não apenas em virtude da própria vida constituinte do arranjo, mas também da morte: ao secarem, algumas folhas vão alterar cores e texturas da composição. O jogo entre natural e artificial se repete, feijão de maravilhas. Uma planta decorativa repousa no canto da sala de tevê: o espetáculo começa aqui.
Manuela Eichner’s environmental experience
by Leo Felipe
While the woman on the cover of the magazine still insisted that zóio da kara does not lie, completely unaware of the rules of gestalt, a fake forest made of plants and cardboard sprouted within the art gallery, as result of a three-dimensional collage Manuela Eichner built over the course of then days in her temporary studio at Galeria Ecarta. (Redenção Park, right across the street, provided branches and leaves). The images that were being created on the surface of paper by the artist invaded the space, unfolded in multiple layers, and, as the visitors move around the fake forest, they realize there is a sculptural quality juxtaposed to the pictorial. Enlarged and arranged with the living green inside the gallery, the pictures cut out from the magazines are related to the brazilian avant-garde that never hid its fascination for the cultural industry. The world of the magazines has been expanded into reality and the gallery was subjected to a strict graphic design. Its walls can be browsed like pages of a magazine. Besides the paper, transmuted nature, a popular interior decorating plant provided material (and conceptual) substrates for Manuela’s environmental experience.
Monstera Deliciosa is the share of green authorized to the metropolis’ inhabitants, immersed in the artificiality of concrete. Nature made culture. Sculpture without volume. Living painting. Not only because of life that constitutes the arrangement, but also because of death: after dry, some leaves will change the colors and textures of the composition. The play between natural and artificial is repeated, such wonderful beans. An ornamental plant lies on the corner of the TV room: the show starts here.
Monstera Deliciosa | Curated by Leo Felipe, Galeria Ecarta, Porto Alegre
Performance de Carina Sehn | Montagem de Alexandre Moreira
Performance by Carina Sehn | Exhibition installation by Alexandre Moreira
A experiência ambiental de Manuela Eichner
por Leo Felipe
Enquanto a mulher na capa da revista ainda insistia que os zóio da kara não mentem, ignorando completamente as imposições da psicologia das formas, uma falsa mata de plantas e papelão brotou dentro da galeria de arte, resultado da colagem tridimensional que Manuela Eichner construiu em seu ateliê temporário de dez dias (o Parque da Redenção ali na frente forneceu galhos e folhas). As imagens que vinham sendo criadas na superfície do papel pela artista invadiram o espaço, desdobrando-se em múltiplos planos, e à medida que o visitante se desloca ao redor da falsamata percebe uma qualidade escultural justaposta ao pictórico. Ampliadas e arranjadas com o verde vivo no interior da galeria, as imagens recortadas das revistas conversam com aquela vanguarda da arte brasileira que nunca escondeu seu fascínio pela indústria cultural. O universo dos magazines foi expandido para a realidade e a galeria submetida a um rigoroso projeto gráfico. Suas paredes podem ser folheadas como as páginas de uma revista. Além do papel, natureza transmutada, uma popular planta de decoração de interiores forneceu substratos materiais (e conceituais) para a experiência ambiental de Manuela.
A Monstera Deliciosa é a cota de verde autorizada aos habitantes da urbe, imersos no artificialismo do concreto. Natureza tornada cultura. Escultura sem volume. Pintura viva. Não apenas em virtude da própria vida constituinte do arranjo, mas também da morte: ao secarem, algumas folhas vão alterar cores e texturas da composição. O jogo entre natural e artificial se repete, feijão de maravilhas. Uma planta decorativa repousa no canto da sala de tevê: o espetáculo começa aqui.
Manuela Eichner’s environmental experience
by Leo Felipe
While the woman on the cover of the magazine still insisted that zóio da kara does not lie, completely unaware of the rules of gestalt, a fake forest made of plants and cardboard sprouted within the art gallery, as result of a three-dimensional collage Manuela Eichner built over the course of then days in her temporary studio at Galeria Ecarta. (Redenção Park, right across the street, provided branches and leaves). The images that were being created on the surface of paper by the artist invaded the space, unfolded in multiple layers, and, as the visitors move around the fake forest, they realize there is a sculptural quality juxtaposed to the pictorial. Enlarged and arranged with the living green inside the gallery, the pictures cut out from the magazines are related to the brazilian avant-garde that never hid its fascination for the cultural industry. The world of the magazines has been expanded into reality and the gallery was subjected to a strict graphic design. Its walls can be browsed like pages of a magazine. Besides the paper, transmuted nature, a popular interior decorating plant provided material (and conceptual) substrates for Manuela’s environmental experience.
Monstera Deliciosa is the share of green authorized to the metropolis’ inhabitants, immersed in the artificiality of concrete. Nature made culture. Sculpture without volume. Living painting. Not only because of life that constitutes the arrangement, but also because of death: after dry, some leaves will change the colors and textures of the composition. The play between natural and artificial is repeated, such wonderful beans. An ornamental plant lies on the corner of the TV room: the show starts here.
